Psicanálise e Educação II

PARTE II

Capitulo II - EDUCAÇÃO

1  EDUCAÇÃO

  A educação é um ato contínuo de aprendizagem e desenvolvimento.

  Ensina o dicionarista Aurélio Buarque de Holanda:

  Ato ou efeito de educar(-se). Processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social: educação da juventude; educação de adultos; educação de excepcionais. [1]

  Rui Barbosa, jurista e pensador brasileiro, nascido na Bahia em 1849 e falecido em Petrópolis em 1923, sabendo que o século XX não acolheria o vergonhoso instituto da escravidão e ciente de que teríamos uma expressiva mão-de-obra despreparada, envidou todos os esforços no sentido de convencer o Imperador D. Pedro II a criar o ensino básico obrigatório. Tinha como escopo preparar e educar o jovem brasileiro e os filhos de escravos, para enfrentar os novos tempos que viriam depois da abolição e a concorrência com a mão-de-obra estrangeira que começa a chegar no país, notadamente nas cidades serranas do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
  Não conseguindo lograr êxito, num de seus discursos, assim defendeu a educação e a necessidade de promover a formação dos jovens e adultos brasileiros :

  “A chave das desgraças que nos afligem é esta e só esta: a ignorância popular, mãe da servilidade e da pobreza.”

  Ressalte-se que essa assertiva aconteceu no final do século XIX. Estamos no século XXI e ainda não temos muito a comemorar em termos de ensino no Brasil. Os nossos governantes ainda não se sensibilizaram plenamente para essa importante realidade e para seus deveres constitucionais.


 2 A IMPORTÂNCIA DO ENSINO

  O plenário do Senado deu sinais que reconhece a importância do ensino quando aprovou no dia 4 de julho de 2006, por 50 votos a favor e uma abstenção,a proposta de emenda constitucional que cria o Fundo da Educação Básica (FUNDEB). Como sofreu alterações, a PEC retornará à Câmara.

  Uma das principais mudanças trata da liberação de recursos, que será feita de forma gradual até atingir o valor máximo que os Estados, municípios e a União terão de depositar no fundo. Os deputados haviam estipulado o prazo de quatro anos. Mas os senadores reduziram para três, atendendo a demandas apresentadas nas audiências públicas.

  O novo fundo é destinado a financiar os ensinos infantil (incluindo creches), fundamental e médio, ou seja, o ensino básico como um todo, a educação de jovens e adultos também está prevista.

  O FUNDEF, em vigor atualmente, financia apenas o ensino fundamental.

  O FUNDEB vai vigorar por 14 anos, ou seja, de 2006 a 2020, se for aprovado rapidamente pela Câmara e a estimativa é de que atenda cerca de 47 milhões de pessoas.


  Nas sábias lições de Aurélio Buarque de Holanda:

[…Ensino:Transmissão de conhecimentos, informações ou esclarecimentos úteis ou indispensáveis à educação  ou a um fim determinado; instrução: ensino público; ensino técnico; ensino religioso. Os métodos empregados para se ministrar o ensino. Esforço orientado para a formação ou a modificação da conduta humana; educação: Esqueceu o ensino que os pais lhe deram. Polidez, urbanidade, educação; boas maneiras: "Homem mesmo escandaloso, / Pois não mata, / Pois não furta, / Pois não mente, / Não engana, nem intriga. / Tem preceito, tem ensino " (Manuel Bandeira, Estrela da Vida Inteira, p. 329)…] [2]

Nas palavras do pensador grego Pitágoras:

  “Educando as crianças, não será necessário castigar os homens.”  [3]

  Estamos convencidos de que o ensino é o melhor caminho para alcançarmos o desenvolvimento intelectual, moral, pessoal e material do cidadão. O ensino desperta e alicerça os direitos do cidadão, fazendo dele uma pessoa livre, isenta de subserviência e coerente em seus atos, estando cientes de seus deveres , sobretudo, de suas obrigações.

  E tanto isso é verdade, que os legisladores brasileiros estabeleceram as diretrizes e bases da educação nacional, positivadas na Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.


3 ALUNO E ESTUDANTE

  O pensador espanhol Emilio Mira Y Lopes, escritor de vários livros, muitos deles publicados no Brasil, fazia uma clara distinção entre aluno e estudante, sendo:

Aluno aquele que está regularmente matriculado em uma escola, que vai às aulas e aprende o necessário  para aprovação.

  Estudante aquele que está regularmente matriculado, vai à escola regularmente, estuda e aprende tudo que é possível, objetivando uma boa formação.


4 FAMÍLIA

  Aproveitando a metáfora da introdução, podemos afirmar que os pais são os artistas, os personagens com quem os filhos contracenam diariamente. Na maioria das vezes, são eles seus maiores heróis, os personagens principais de suas histórias.  São eles os atores e diretores dos seus primeiros filmes, que terão reprises por toda a sua existência, considerando que até os 7 anos, período em que a criança mantém uma certa distância do mundo exterior, estando longe da influência dos ensinamentos de rua, da escola e de outros meios sociais, tem nos pais a principal fonte de influência.

  O diálogo abaixo publicado na Revista Jurídica Consulex  exemplifica bem a importância dos pais na vida escolar de seus filhos. E para mensurar a importância do ensino, basta observar a influência que a Grécia vem exercendo em toda a humanidade, bastando citar Sócrates, Platão e Aristóteles.

  Por volta de 500 a.C. um homem perguntou a Aristides, o Justo, general e estadista ateniense (540 – 468 a.C.), quanto lhe cobrava para instruir um filho.
  - Mil dracmas – respondeu Aristides.
  - Quê?! Isso é um dinheirão para ensinar uma criança! – Replicou o homem. Por mil dracmas compro um escravo!
  - Pois bem – tornou Aristides – ficarás com dois escravos: teu filho e o que comprares!...[4]
 
  No início do século XX ensinou-nos Humberto de Campos [5], visto pelo notável médico, educador e humanista itaunense Dr. José Campos [6], como o nosso Voltaire [7], quando asseverou:

  “O melhor livro para crianças não será, acaso, aquele em que se conte a vida heróica dos grandes homens?” [8]

  Portanto, senhores pais, nessa nobre missão de colaborar na formação de seus filhos, comecem ou continuem a ler para eles o livro de suas vidas.

  É importante que os pais falem diariamente com os filhos da importância do ensino e os motivem, ainda que possa lhes parecer improdutivo a princípio.

  Peço permissão, para neste momento, nesta modesta pesquisa, prestar uma breve homenagem à minha saudosa mãe, MARIA MADALENA DE SOUZA, que mesmo não alfabetizada, dizia-me freqüentemente:

  “O estudo é a maior riqueza de uma pessoa, não ocupa lugar, não envelhece e ninguém tira.” [9]

Confesso que, a princípio tive dificuldade para entender esta grande sabedoria, foi-me necessário ouvi-la muitas vezes. Hoje lhe agradeço e reverencio-a com saudade e gratidão. Se não fossem estas palavras tão constantes e incentivadoras, provavelmente, hoje não estaria aqui, prestando minha modesta colaboração, para construirmos uma sociedade mais feliz, justa, eqüitativa e saudável.


5 FUNCIONÁRIOS DA ESCOLA

  O que seria da escola sem os seus zelosos funcionários? Do intransigente porteiro, que não entende que os atrasos são justos e necessários. Das faxineiras que mantêm tudo limpo. Das secretárias que escrituram toda a vida escolar, construindo um banco de dados que será eternamente útil. Sem olvidar das cantineiras, elas assim como uma bondosa mãe, todos os dias preparam o lanche, sem o qual faltaria a energia necessária para aprender durante as aulas, brincar, pular e gritar nos corredores quando dos intervalos.

Como pensar na escola sem a presença destes notáveis funcionários?         Impossível.

  Todos eles colaboraram decisivamente para o aprendizado dos alunos, que certamente tornar-se-ão estudantes, principalmente fazendo com carinho e dedicação suas atividades e, sobretudo, acolhendo as crianças e jovens com a atenção e sorriso. Igual àqueles que acolheriam seus filhos, dando assim a todos os estudantes a sensação de que eles estão em suas casas.


6 PROFESSORES

  Depois dos pais, os professores são pessoas que mais exercem influência na formação das crianças e dos adolescentes. Os bons mestres nunca são esquecidos e seus exemplos são sempre seguidos.

  Ademais, é fácil encontrar, pelas salas e corredores, alunos imitando professores, na forma de falar e de vestir e nos frontispícios dos livros homenagens de carinho, gratidão e respeito aos ex-professores.

  Conforme já prelecionou o pensador Henry Adams:

  “O professor se liga à eternidade; ele nunca sabe onde cessa a sua influência.”

  Cabe-lhe, portanto uma parcela significativa de responsabilidade. Lembrando sempre do lema popular:

 “O que merece ser feito, merece ser bem feito”
 
  Ciente disso, o professor precisa sempre dar bons exemplos para os alunos, estar sempre presente em sala de aula, ser coerente com os conteúdos programáticos e justo nas avaliações. E, sobretudo, mostrar aos alunos que estudar e aprender são privilégios e não um castigo ou um simples compromisso com os boletins escolares.

  É dever do professor preparar-se para melhor ensinar e, sobretudo, fazer despertar no aluno o desejo de ser estudante.
  A título de exemplo cito uma jovem professora de história e acadêmica de Direito da Faculdade de Direito da Universidade de Itaúna TATIANA OZANAN, que leciona na Escola Estadual Leonardo Gonçalves, Bairro Jadir Marinho, Itaúna – Minas Gerais, que nas suas aulas de história, vai além do conteúdo dos livros e com o apoio incondicional da Diretora YVETTE DE SOUZA MOREIRA, orienta os alunos para o debate, ajuda-os na elaboração de cartazes alusivos à matéria e ainda, convida pessoas para ministrar palestras abordando a matéria estudada, fazendo assim, da sala de aula uma tribuna de debates convergida para a formação dos jovens; e a matéria que a princípio podia parecer complexa e histórica, do passado, torna-se atual e interessante.


7 DIRETORES

  Os diretores são os regentes das escolas, além do atendimento pedagógico e administrativo, cabe-lhes ainda a difícil tarefa de administrar conflitos que vão além das salas de aulas, presentes nos problemas familiares e pessoais de docentes e discentes.


8 DA EDUCAÇÃO INFANTIL

  Ao ler as “Memórias”, de Goethe, constato. Infância feliz, despreocupada, e tranqüila, de menino rico. Nenhuma preocupação de ordem econômica. Excelentes professores, bons livros, ambiente aristocrático e artístico. Saúde, carinho, distinção. Os elementos, enfim, para a formação física e mental de um semideus. [10]

  Segundo a ciência, a faixa etária mais relevante na formação das pessoas é aquela compreendida entre zero a sete anos, pois é nesse período que é formado o caráter e baseado neste aprendizado e nas influências recebidas a criança delineará o seu futuro.
 
  Ciente dessa premissa, a função da escola sofreu alterações através dos séculos. A escola da idade Média acolhia da mesma maneira crianças, jovens e velhos; ela acolhia aqueles interessados nos hábitos escolares. Os pedagogos da Idade Média, não privilegiando medidas educacionais no período da infância e da adolescência, estendiam-na a toda duração da vida humana. [11]

  Portanto, nessa fase decisiva na formação da criança é importante que os educadores tenham sempre em mente os ensinamentos do historiador, filósofo e pensador eclesiástico francês Ernest Renan:

  “O essencial, com efeito, na educação, não é a doutrina ensinada, é o despertar.”

  Art. 29 – A educação infantil, primeira etapa da evolução básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

  A boa formação é uma ferramenta essencial até para fazer frente a uma enfermidade. Se esta é crônica, a necessidade de conhecer pormenorizadamente suas características é vital. Para não começar a casa pelo telhado, várias instituições têm colocado em marcha projetos lúdicos e educativos destinados à população infantil afetada por transtornos crônicos. A meta é conseguir que os pequenos se familiarizem rapidamente com a doença, aprendam a conviver com ela, neste propósito vem conjuntamente trabalhando o governo e empresários espanhóis. [12]
  Art. 30 – A educação infantil será oferecida em:

  I – creches , ou entidades equivalentes, para crianças até três anos de idade;

  II – pré-escolas para crianças de quatro a seis anos de idade.

  Art. 31 – Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental.


9 ENSINO FUNDAMENTAL
  
  Art. 32 – O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório e gratuito na escola pública, terá  por objetivo a formação básica do cidadão mediante:

  I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

  II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamentam a sociedade;

  III – o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

  IV – O fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

  Sabemos que os delinqüentes do Brasil são representados, notadamente, por pessoas que não tiveram acesso à escola. Embora essa realidade não ocorra somente no Brasil, conforme ensina a jornalista  argentina Laura Hojman escudada em informações do Ministro da Educação, em artigo publicado no Jornal La Capital:

  Desde tiempos remotos, diversos pensadores asociaron la esclavitud, el delito, la exclusión y la marginación con el grado de acceso a la educación.
  Hoy los datos son significativos. El ministro da Educación Daniel Filmus rastreó entre las más de 40 mil personas que están en la cárcel y solo un 5 por ciento  de ellos tiene el nivel medio o superior finalizado.
  Ello traduciría que hay un gran porcentaje de la población en alto riesgo de vulnerabilidad, que con sus escasas herramientas no puede insertarse en el mercado laboral, ni posee habilidades ni aprestamiento ni autonomía suficientes para capacitarse a fin de ingresar e un empleo. [13]

  Ainda nas palavras da articulista, citando o Ministro da Cultura argentino Daniel Filmus:

  “Creemos fuertemente que la educación tiene un papel central en la prevención de la violencia  y la criminalidad y que una de las mejores inversiones que puede hacer el Estado, en  este sentido, es la que posibilite incluir absolutamente a todos los chicos del país en el sistema educativo” [14]

10 ENSINO MÉDIO

  No Brasil, corresponde ao Ensino Médio, etapa do sistema de ensino equivalente à última fase da Educação Básica, tem como finalidade o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental e a formação do cidadão para a vida social e para o mercado de trabalho, oferecendo o conhecimento básico necessário para o estudante ingressar no ensino superior. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação estabelece sua regulamentação específica e uma composição curricular mínima obrigatória. Pode ainda ser realizado em paralelo com a Educação Profissional de nível técnico.

  É composto de um conjunto de componentes curriculares obrigatórios e uma parte optativa. A parte obrigatória do Ensino Médio é composta pelo ensino da língua nacional (o Português e sua literatura), de uma língua estrangeira moderna (tradicionalmente o inglês ou o espanhol), das ciências naturais (Física, Química e Biologia), da Matemática, de estudos sociais e humanos (normalmente História e Geografia, mas a LDB coloca como opcionais o ensino de Sociologia, Psicologia ou Filosofia), de Artes, de Informática e de Educação física.


11 ENSINO SUPERIOR

  Também conhecido como curso de graduação é destinado aos alunos que tenham concluído o segundo grau e obtido classificação no vestibular.

  Em passado recente era privilégio de poucos o acesso às faculdades e universidades. Hoje temos outra realidade com a criação de novos cursos e novas faculdades em todo território nacional, condicionando assim que os nossos jovens tenham acesso a mais esta importante etapa de sua formação.

  Ressaltando que, com a criação de novas vagas têm condicionado o acesso de jovens que ainda não estão devidamente amadurecidos para cursar a faculdade e exercer a profissão escolhida, fazendo assim necessário o apoio e esclarecimento dos familiares e professores desde a escolha até o inicio do exercício da profissão.


12 PÓS-GRADUAÇÃO (LATO SENSU  E STRICTO SENSU) 

  Os cursos de Pós-graduação stricto sensu, também chamados de Mestrado e Doutorado têm a finalidade de formar docentes e pesquisadores, qualificados para o exercício do magistério superior e de atividades de pesquisas, bem como de formar profissionais aptos a resolverem questões de alta relevância, resultantes das exigências do mercado e da sociedade brasileira, objetivando acompanhar o ritmo dos países desenvolvidos do atual mundo globalizado.
  A característica dos programas de mestrado é que o mestrando assista às aulas presenciais de acordo com a instituição e elabore uma dissertação, que será defendida em uma banca constituída de três doutores, presidida pelo orientador.
  É necessário também que o mestrando além do curso de graduação compatível com o programa escolhido, também tenha domínio de uma língua estrangeira, podendo ser em algumas instituições o espanhol, francês, inglês, alemão ou italiano.
  Os programas de doutorado seguem os mesmos princípios, porém exigem do doutorando que apresente uma tese, com assunto inédito a ser defendida em uma banca constituída de 5 doutores, presidida pelo orientador e que tenha o domínio de duas línguas estrangeiras, dentre as citadas.
  Nos programas Lato sensu, o participante terá que apresentar uma monografia, não exige o conhecimento de língua estrangeira, embora seja recomendado para facilitar as pesquisas e concluído o curso apresentado a monografia recebe o titulo de especialista.

Notas:
  1. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio eletrônico. Direção de Carlos Augusto Lacerda. São Paulo: Nova Fronteira, 1999. 1 CD-ROM. Produzido por MGB Informática.

  2. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio eletrônico. Direção de Carlos Augusto Lacerda. São Paulo: Nova Fronteira, 1999. 1 CD-ROM. Produzido por MGB Informática.

  3. PITÁGORAS. Filósofo e matemático grego da metade do séc. VI a.C.

  4. Cf. Artigo publicado na coluna Almanaque Revista Jurídica Consulex. Brasília.  Ano VIII – Nº 174. p. 21, 15 de abril de 2004.

  5. CAMPOS, Humberto. Escritor e jornalista. Nasceu em Miritba, 1886,  hoje Humberto de Campos – Maranhão e faleceu no Rio de Janeiro em 1934.

   6. CAMPOS, Dr. José. Médico, professor, humanista, nascido em Pitangui, no dia 23/10/1916, formado pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, sediada no Rio de Janeiro, então Capital do Brasil,  em 1939 e radicado em Itaúna desde 1941, onde vem prestando à comunidade relevantes serviços.

   7. VOLTAIRE,  François Marie Arouet. Nasceu em Paris, 1694 onde faleceu em 1778. Notável escritor e pensador, foi o ídolo da burguesia liberal e anticlerical, permanece até hoje como um dos maiores mestres da narrativa de estilo vivo e espirituoso. Escreveu mais de 100 obras dentre elas: romance, filosofia, história, poesia e teatro.

  8. CAMPOS, Humberto. Diário Secreto. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora O Cruzeiro S. A., 1954.  v. 1. p. 134.

   9. SOUZA, Maria Madalena. Nascida em São José dos Salgados, Distrito de Carmo do Cajurú em 22 de julho de 1928, radicou-se Itaúna em 1945, prestando relevantes serviços à Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Sousa Moreira. Faleceu no dia 11 de maio de 1994.

   10. Cf. CAMPOS, Humberto. Diário Secreto. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora O Cruzeiro S. A., 1954.  v. I1. p. 135.

    11. COELHO, Lais Neusa. Psicanálise e educação.                                                                                             Disponível em : <  https://www.escutaanalitica.com.br/psicanalise2.htm  > Acesso em 12/09/04.

    12. Cf. RODRÍGUEZ, Alejandra. Educación.  Disponível em :
  < https://www.elmundo.es/salud/2004/579/1088805606.html > Acesso em 07/07/04.

    13. HOJMAN, Laura. Educación e delito. La capital.
          Disponível : < https://www.lacapitalnet.com.ar/diario/hoy/op > Acesso em 04/05/04

     14. HOJMAN, Laura.Educación e delito. La capital.
           Disponível : < https://www.lacapitalnet.com.ar/diario/hoy/op> Acesso em 04/05/2004



Capitulo III – PSICANÁLISE

1 PSICANÁLISE


  Podemos de forma sintética definir psicanálise como um sistema dinâmico de psicologia criado e desenvolvido pelo médico e psiquiatra austríaco Sigmund Freud, que atribui a conduta a fatores reprimidos do subconsciente. Para investigação destes fatores desenvolveu uma complexa técnica, utilizada especialmente nos transtornos nervosos e mentais da personalidade e também na interpretação de vários fenômenos culturais.

  Nas palavras de Henri Piéron:

  [… Método psicoterápico criado por FREUD, que se funda essencialmente (embora não exclusivamente) na interpretação da resistência e transferência …] [1]


2 PERSONALIDADE NO CONCEITO PSICANALÍTICO

Personalidade é um conjunto biopsicossocial dinâmico que possibilita a adaptação do homem a si mesmo e ao meio, numa equação de fatores hereditários e vivenciais.
A primeira concepção tópica do aparelho psíquico foi apresentada por Sigmund Freud em 1900.

O sistema inconsciente foi concebido como representante dos instintos e das pulsões.

O sistema consciente foi concebido com um órgão sensorial localizado no limite entre os mundos externo e interno, cuja função é recepcionar as informações deles provenientes.

O sistema pré-consciente está ligado ao inconsciente e à realidade. Funciona como um pequeno arquivo, onde os conteúdos podem ser recuperados por um ato de vontade.

A partir de 1920, Freud elaborou outra concepção de personalidade, denominada segunda tópica, constituída também de três instâncias, embora não homólogas. São o ego, o superego e o id. [2]

  ID: Podemos entender id como a instância pulsional do psiquismo. Seu conteúdo é totalmente inconsciente. Ele é o grande reservatório de impulsos e instintos. É irracional, ilógico e amoral.

  Consiste no conjunto de reações mais primitivas da personalidade humana, que compreende os esforços para conseguir satisfação biológica imediata, sem avaliar conseqüências. [3]

     O indivíduo nasce puro e vazio, o meio e as influências é que o lapidam.

  EGO: O ego funciona como a sede de quase todas as funções mentais. Toda consciência cabe ao ego, que se responsabiliza, portanto, pelo contato com o ambiente e com a realidade externa. O ego, nesse sentido, é um simples feixe de funções: percepção, atividade, juízo. Entretanto, o ego não é só consciência, existem funções inconscientes dele representadas pelos seus famosos mecanismos de defesa. Em resumo, se o id é puro inconsciente, o ego está ligado estreitamente ao sistema pré-consciente-consciência.

  SUPEREGO: na estrutura teórica da personalidade descrita por Freud, o superego é a mais recente formação ou componente do sistema de energias mentais e foi correlacionado com o declínio e a dissolução do complexo de Édipo.

  A noção de superego foi inspirada nos estudos de introjeção de Dandor Ferenczi (a progressiva introjeção,[4] pela criança, dos eventos em seu meio vital e suas relações com o desenvolvimento de uma intuição moral a partir do ego). O superego é o representante de uma natureza superior: “Eu”. Atua no sentido de evitar punições por transgressões ou fomentar idéias moralmente aceitas. Assim, tanto pode reprimir e criticar as idéias, impulsos e sentimentos inconscientes que afetam o comportamento moral e judicativo da personalidade (atividade que dá o nome de consciência), como pode apoiar a realização de uma natureza superior (ego ideal).

Muito do que existe no superego encontra repercussão no id. O superego desempenha uma espécie de papel intermediário entre o id e o mundo exterior, reunindo as influências do passado e do presente. [5]


3 COMPORTAMENTO

  Palavra utilizada por Blaise Pascal e reintroduzida na linguagem psicológica por PIÉRON em 1907 como equivalente a behavior. Designa as maneiras de ser e agir dos animais e seres humanos, as manifestações objetivas de sua atividade global. PIERRE JANET designou por condutas certas formas particulares do comportamento humano (conduta de espera, de triunfo ou fracasso)
  O comportamento constitui o objeto de estudo da psicologia objetiva.[6]

  Howard C. Warren, utiliza o vocábulo conduta para definir comportamento:

  “1. Nombre genérico para todos los modos de reacción muscular o glandular del organismo frente al estímulo. 2. Porciones de reacciones orgánicas susceptibles de observación. 3. Comportamiento del individuo en sus aspectos éticos. 4. comportamiento de un  individuo tal como puede preverse. 5. comportamiento exterior de los animales, el hombre inclusive.          [Término empleado también el las ciencias físicas para designar el modo de actividad de cualquier sustancia, y en psic. Introspectiva para designar modos de actividad mental; estas dos acepciones crean confusiones, y se recurre poco a ellas. Sin. Comportamiento. Cf. behaviorismo.] Ingl. (1,2 ) behaviour, behavior, (3,5) conduct; fr, comportement, conduit; al. (1, 5) Verhalten, (3) Betragen. “ [7]

4 SAÚDE

  Estar com saúde é quando o indivíduo encontra-se com as funções orgânicas, físicas e mentais em situação normal, ou seja aquele que se encontra com o corpo e a mente sãos, conforme a já conhecida assertiva do poeta latino Juvenal.

  Peço licença ao poeta latino Juvenal para divagar sobre seu célebre provérbio ''mens sana in corpore sano''. Nada como estar de bem com a vida para que a gente se sinta saudável e disposto, alegre. Obviamente que, sem saúde, ninguém consegue viver em paz, mas quanto mais eu penso no estresse e nas ansiedades do cotidiano, mais eu me convenço de que a maioria das doenças tem origem emocional, e podem ser curadas. [8]

  Um bom exemplo de que a força da mente e a vontade de vencer obstáculos transformam as pessoas é a do SR. FRANCISCO CHAGAS NETO, residente na região da  Serra da Canastra, nascente do Rio São Francisco. Um problema de saúde o tirou dos trabalhos do campo e o fez entalhador. Suas obras de rara beleza são vendidas aos turistas que visitam a região e muitas foram para o exterior.

  O mais importante é que muitos turistas que adquirem suas obras levam junto com a escultura entalhada em madeira um bálsamo para o espírito, nas palavras fortes e otimistas de um homem simples que superou as barreiras impostas pela fragilidade da saúde física com a força da saúde mental, confirmando que quem quer faz e querer é poder. [9]

 

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